more from
selo RISCO
We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

Aimoré

by Jonas Sá

/
  • Streaming + Download

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    Purchasable with gift card

      $1 USD  or more

     

about

Minha avó, que nasceu em Manaus e dormiu em rede por toda a vida, contava que tínhamos uma tataravó índia, vinda da tribo dos Xingus. Meu tataravô e ela se apaixonaram perdidamente e eles formaram uma familia. Essa minha avó, muito tempo depois, se apaixonou e casou com meu avô, um filho de emigrantes lisboetas. Essas estórias de amor encheram minhas veias com o sangue de índios e de portugueses. Sou, de certa forma, a presença do amor onde não se espera amor. E o amor é sempre esperado, mas nunca de onde ele vem. Amor é a planta que nasce entre as placas de concreto do chão, é a força incontestável de um prato de comida e da beleza da mistura de cores, culturas e histórias.

Os índios Aimorés (também conhecidos como "Botocudos") não falavam tupi, eram nômades, muitos dizem que eram canibais e eram grandes guerreiros. Os Aimorés lutaram contra os colonizadores e impediram muitas ações importantes da colônia. Eles foram considerados extintos no início do século XX, sua língua, o crenaque, é considerada uma língua em extinção iminente. Ainda assim há pouquíssimos Aimorés vivendo por aí. A constituição de 1988 teve a participação de Ailton Krenak, um Aimoré. A mim me tocou me apaixonar por cores. Como o laranja de Geraldine (com quem me casei) pintando tudo em volta dela. Como a cor monhé que sofre tanto preconceito europeu, mas que é uma das cores mais lindas de pele que já vi.

O amor é essa febre e a febre é um orgasmo. Nada de anjos flechando meu coração, são Aimorés que me dominam e me domesticam à sua selvageria. Onde o domesticar manda vestir, a flechada de um Aimoré manda despir-se, onde o domesticar manda cruzar as pernas e comportar-se, a flechada selvagem nos faz tomar fogo, nos apaixonar. Brilhar. É a entrega total, o voo e o hedonismo.

Jonas Sá. 26 de Março de 2018

lyrics

AIMORÉ
(Jonas Sá)

Um
pássaro de luz
Passa o braço
justo passo da luz
no meu braço nu

Nu
De olhar sem razão
Com as calças no chão
Olhar de paixão
Paixão, paixão

Teu
sorriso fincou
minha escuridão
Incêndio de amor
no meu coração

A flechada de um aimoré
da cor do meu peito
Deixa eu no teu Sumaré
Monhé

credits

released March 26, 2018
Jonas: Vocais, Drum Machine, Arp Oddysey, Minimoog
Pedro Sá: Violão
Ricardo: Korg Polysix, Minimoog,
Pedro Dantas: Baixo e Yamaha CS20M
Marcelo: Bateria, Chocalho, Conga, Craviola
Thiago Queiroz: Flauta

license

all rights reserved

tags

about

Jonas Sá Rio De Janeiro, Brazil

Jonas Sá debut album, “Anormal” (2007), produced by Moreno Veloso, gathered compliments and positive reviews around the world.
His second album “BLAM! BLAM!” (2015) got two nominations for the Latin Grammy.
With “PUBER.” (2018, RISCO) his latest album, recorded with a band live at the studio, Jonas summarizes his songwriting and singing skills with chronicles of our present time.
... more

contact / help

Contact Jonas Sá

Streaming and
Download help

Redeem code

Report this track or account